Alimentacao

O Pobre é o Gordo

O Brasil é um pais riquíssimo em tudo.

O Mato Grosso do Sul, o estado em que nasci, possui um rebanho de doze milhões de gados. E uma população de dois milhões.

O que e fome

Eu nasci na fazenda fruto de uma família “economicamente pobre” , Onde não se faltava comida.

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Ao levantar a primeira coisa que eu fazia era tomar uma caneca de alumínio cheia de leite; tirado diretamente da vaca para a caneca.

Na fazenda tinha queijo, requeijão, mel, melado, bolo de mandioca e bolo de milho, curau, pamonha, cuscuz, carne de porco, de boi, carne de frango, carne de tatu, carne de anta e de jacaré. E diferente tipos de peixes. Tínhamos doce de leite, doce de figo, doce amendoim, doce de cidra, etc e tal. E vários tipos de frutas e legumes em quantidade.

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Nós não tínhamos refrigerantes, pão ou bolo de trigo, enlatados, e margarina.

Nós comíamos muito, porém nós não eramos gordos, nem doentes.

Todavia o meu habito alimentar e de minha família começou a mudar nos anos setenta.

Essa mudança de habito foi influenciada por certas mudanças que ocorreram antes deste período.

Ao final da segunda guerra mundial, os Estados Unidos tinha excedente de farinha de trigos que eles necessitavam exportar. E eles começaram a exportar para o Brasil.

Aos domingos na fazenda de meus avó se reunia “a nata da sociedade local”; entre eles, estavam os meus padrinhos.

Os meus padrinhos me traziam como presente: rosca doce da padaria, feita com  farinha de trigo. E eu ficava muito feliz com aquele presente.

Um pouco antes deu completar sete anos de idade, meus avós venderam o sitio, e nós  mudamos para cidade de Três Lagoas.

Na cidade, eu vi pela primeira vez um grande cartaz com o refrigerante “Fanta” da Empresa Coca-Cola, o cartaz me impressionou, me conquistou, e até hoje, eu não resisto a um refrigerante Fanta.

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O panetone passou a fazer parte de nossa cheia natalina. Eu detestava aquela coisa seca com coisas estranhas dentro e com um sabor horrível para o meu paladar.

Mas no ano de 1974, eu assistir uma propaganda do panetone Visconde na TV, que me deixou com água na boca, e com desejos de comer panetone.

Ainda como panetones no natal, só que agora não são mais panetones viscondes, eles são panetones Bauduccos.

No mesmo ano foi o noivado de minha tia que foi comemorado elegantemente com a ultima novidade da alimentação moderna: dois pudins feito com o leite condensado moca, da empresa Nestle.

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Logo que a minha tia casou , ela começou a alimentar a filha com leite ninho e farinha láctea.

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Minha tia que havia crescido com leite natural da vaca,começou a consumir somente leite de saquinho, porque o leite tirado da vaca era impuro, ou seja cheio de bactérias e sujo.

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Todavia aquela mudança alimentar, não ocorria apenas com minha família. Mas com toda a população brasileira.

Em 1998 fiz a minha descoberta, no solo americano.

Ainda no aeroporto de Atlanta, descobri que a água estava mais cara que ” uma coca com hambúrguer.”

Quando sai do aeroporto outra descoberta.

Eu realmente estava em um pais rico.

Mas o que é riqueza e o que é a pobreza?

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Apesar de sermos um pais economicamente pobre, ainda temos a vantagem dos almoços caseiros em restaurantes familiares por um preço saudável. Em vez de um hambúrguer de carnes congeladas, comprado no estacionamento de uma grande cadeia de restaurantes.

No Brasil as frutas, o pastel, e o caldo de cana da feira, saem mais barato que o hambúrguer do McDonald.

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Ontem meu filho queria ir ao McDonald. Quando saímos, eu entendi a razão e o desejo dele.

Em São paulo tem vários outdoors esparramados pela cidade, anunciando  que na compra de um McFeliz, se ganha um CD, uma mascara de animal e algo mais.

E outro detalhe nos Estados Unidos, os mais pobres são os mais gordos.

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Quando mais tempo ainda seremos uma população de magros?