Eu cresci com o habito de rezar todas as noites, antes de me deitar.
Todavia em torno dos meus vinte dois anos.
Através da leitura, me encontro com os escritos de Marx e Engels, estes escritos, diziam que a religião é o ópio do povo; fez sentido para mim, porque eu estava procurando pela resposta :
” Porque o povo aceita a ordem social?”
Então comprei a ideologia “Marxista”.
E decidi abandonar na prateleira da vida, a ideologia de que “Deus era a salvação!”.
Eu Comecei a deixar de rezar antes de adormecer, mas o sentimento de culpa e o medo do castigo, não fez o meu habito, de mais de vinte anos, mudar de uma noite para a outra.
Porem finalmente a mudança ocorreu, e eu deixei de rezar todas as noites.
E como diz a letra da musica do cantor Belchior:
” Apesar de tudo que fizemos, ainda somos os mesmos e agimos como os nossos pais.”
Bem! Como uma jovem de vinte e poucos anos.
Eu acreditava que poderia mudar o mundo….
Então comecei por catequizar minha família, sobre a não existência de Deus…
Quando eu disse a minha devota católica avó, que Deus não existia. Ela simplesmente me ouviu em silencio, sem nenhum comentário. passado alguns meses, perguntei a ela:
– ” Avó, como a senhora pode aguentar o avô?”
E ela com a sabedoria, simplicidade e verdade que só as avós podem ter, olhou profundamente dentro de meus olhos, com um olhar de uma mulher sofrida, que sobreviveu a varias dores. E prontamente, com um sorriso no rosto,me respondeu:
– ” Por isso que tenho que acreditar em Deus!”
A partir daquele momento, apesar de Marx, aceitei incondicionalmente, que minha avó e todos tivessem seus Deuses.
Porém ao meu filho nascer, resolvi educa-lo dizendo que : Deus não existe.
Você pode imaginar os problemas que essa educação cria num “pais tropical, criado e abençoado por Deus”.
Quando ele completou quatro anos, ele me disse com a sabedoria que somente uma criança que ainda não foi catequizada pode dizer;
– ” A minha avó Tereza precisa de Deus para viver. O meu pai precisa do PT. E a minha mãe precisa do Budismo.”
Perguntei a ele:
– ” E você? O que você precisa para viver?”
– ” Eu ?? de nada!! Ele me respondeu prontamente.
– ” Filho você esta certo.” eu disse concordando com ele.
No mesmo período enquanto ele ainda estava com apenas quatro anos. Ele tomou uma decisão importante.
– ” Mãe já sei o que vou fazer; aqui em casa sou Budista, na casa de minha avó acredito em Deus e em Jesus.
A única resposta que encontrei foi dar um sorriso.
Agora estamos vivendo em países diferentes.
Ele tem oito anos. E participa de um grupo de escoteiros.
E esta semana ele me contou por telefone uma estória arrepiante. Era perceptível o terror na voz dele, enquanto ele contava a estória.
A semana passada enquanto ele com as outras crianças estavam fazendo um passeio do grupo de escoteiros. A professora deste grupo contou ao grupo a seguinte estória;
( Um grupo de escoteiro foram fazer um passeio de escoteiro, um menino se perdeu do grupo, mas continuo questionando se Deus existia… no final o menino morreu sozinho!)
Eu disse ao meu filho que todos nós iremos morrermos um dia independente de acreditarmos em Deus ou não, que aquela estória simplesmente refletia o medo da professora do grupo dele.
E qual foi a resposta do meu filho?
Dessa vez não teve reposta, ele simplesmente ficou mudo ao telefone…
A catequização de medo e culpa havia começado.
Nós temos diferentes loucuras. Qual a loucura correta?
Eu não sei, mas não quero mas mudar o mundo, só quero cultivar as loucuras que me fazem feliz!